Pedro Álvares chamou a terra de Ilha de Vera Cruz, acreditando que encontrara uma ilha e não um continente, vista dos navios, a terra era estupenda, florestas e mais florestas seguiam de norte a sul do horizonte por toda costa, a vegetação nativa parecia bem diversificada e desenvolvida, além disso, o tempo estava bem quente e úmido devido ao clima tropical da localidade, ao longe, um pequeno monte destacava-se em meio a planície litorânea.

Os homens estavam eufóricos para explorarem aquela nova terra, mas ainda continham receios em relação aos mistérios que podem estar escondidos no meio daquela vegetação.

Pero Vaz estava maravilhado com a descoberta, passou o dia tomando notas para escrever uma carta descrevendo toda viagem para D. Manuel I que aguardava ansiosamente a volta das navegações com as mercadorias das Índias.

Do ponto de vista da terra, um indígena estava passando pela costa, seguindo suas obrigações como caçador e primogênito da família, e avistou coisas estranhas se aproximando da praia. Logo, todo grupo de caçadores estavam ao seu lado, curiosos também, pareciam com eles, porém encontravam-se coberto de vestimentas estranhas e tinham pele branca como conchas.

Obviamente, houve um estranhamento de ambos os lados, tanto para os indígenas quanto para os exploradores, não ocorreram conflitos, mas tiveram contatos amigáveis, foram levados dois indígenas para a embarcação para que Cabral conhecesse-os.

Joaquim se surpreendeu com aquelas pessoas nuas e de pele morena, muitos curiosos e até receosos, mas depois de alguns momentos juntos, se tornaram amigáveis e realizavam diversas trocas com os portugueses.

Montaram acampamento próximo a praia e recebiam diversas visitas dos nativos por ali, alguns homens achavam toda aquela situação engraçada e comentavam o quão ingênuos eram.

Era notável a fertilidade do solo e diversidade da vegetação e da fauna em que se localizavam e durante as curtas explorações da área, além da brisa marítima que refrescavam-os nos dias mais quentes, muitos pensavam em ficar lá e abandonar a expedição, mas Pedro impediu-os e até entrou em discussão com um quarteto numa noite.

Pero Vaz escreveu uma carta de várias páginas e entregou-a para uma embarcação que voltaria para Portugal, anunciando a descoberta de uma nova terra e as novidades que nela continham.

Aqueles poucos dias que ficaram ali determinou o futuro da frota de Cabral, após a missa, foi realizada uma reunião na noite de 26 de abril, com todos os 10 comandantes dos navios remanescentes, Geraldo, o cartógrafo, padre Henrique, Pero Vaz e seu aprendiz.

Muitos observaram que o estilo de vida era completamente diferente do estilo de vida deles, não havia tecnologia iguais às europeias e também não usavam roupas e desconheciam o cristianismo, cultuando diversos deuses de nomes estranhos.

– Eles são tão primitivos, Pedro, e olhe a quantidade de matéria-prima que poderemos extrair e levar para Portugal – Nicolau Coelho discutia com Cabral quando Joaquim chegou, finalmente mais limpo e arrumado, comia uma fruta suculenta que os indígenas lhe entregaram, era roxa e tinha um caroço no meio.

– Independente do que achemos da Ilha de Vera Cruz, precisamos seguir viagem e criar a feitoria em Calicute. O rei pediu exatamente isso. – Cabral se mantinha firme no objetivo principal da viagem.

– Ao meu ver, concordo com Nicolau, vejo que seria melhor levarmos algumas coisas daqui direto para Portugal, veja a quantidade de coisas que podemos levar. – Bartolomeu Dias falou, colocando a mão no ombro de Nicolau. – Veja como podemos usufruir desta terra, Pedro, a vegetação diversa, a terra fértil, as nativas e os nativos presentes aqui, a quantidade de pessoas que podemos converter ao cristianismo e retirar a selvageria presente em suas almas, torná-los fiéis a Deus!

A ideia de criar uma colônia de repente parecia muito interessante para todos os comandantes, exceto Pedro, que ainda desejava retornar ao mar em direção às Índias.

– Olhe para eles, o quão inferiores são, podemos ensiná-los sobre nosso cotidiano e vestí-los para esconder suas vergonhas, muitos homens estavam de olho nas nativas. – Diogo Dias falou em seguida, interrompendo a falar de Pero Vaz.

Atena, vê aquela cena e pensa: Será que deve se intrometer?

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