Atena pensou bem na escolha e resolveu não alertar o erro para Geraldo, já mudara muito o andamento da história agindo no corpo de Joaquim, realizar mais alguma escolha seria a cereja do bolo para alterar a linha temporal, até o momento tudo seguiu-se conforme o planejado, o próprio tempo cuidou dos detalhes.
Joaquim já não aguentava mais ver água também, estava louco para chegar logo em terra. Não tinha noção de cartografia, mas parecia que aquela garota em sua cabeça sabia, o que o surpreendeu ainda mais. Achava que era um demônio possuindo-o, mas nada acontecera quando colocou a mão e molhou a testa com água benta, muito menos queimou durante as orações dos padres.
Ele desejava saber o nome dela tanto quanto desejava que encontrassem uma ilha para sair daquele barco apertado e fedorento. Aprendera bastante com os pensamentos da desconhecida, passou a chamá-la de Voz por não conseguir falar com ela, apenas ouví-la.
Foi assim que suas preces foram atendidas, do alto do mastro principal, havia um cesto, chamado Caralho, onde ficavam vigias com lunetas observando o horizonte, foi desse mastro que um rapaz, no auge de seus 29 anos, gritou:
– TERRA! HÁ TERRAS A OESTE, VIREM O NAVIO.
Pedro Álvares saltou da cadeira onde descansava e admirava friamente o clima morno de uma tarde parcialmente ensolarada.
– Ouviram Simas, virem os navios agora! – seu sorriso voltou a brilhar quando ouviu a palavra que tanto esperava ouvir.
Atena sabia que aquele exato momento, marcaria o início da história do Brasil e de seu povo, a partir de agora, o Novo Mundo seria a novidade para a população da Europa e arredores.
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