BIOGRAFIA DE MÁRCIA BARBORA


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Título

BIOGRAFIA DE MÁRCIA BARBORA

Data de publicação

06/07/2023

Autor

Bianca Fernandes, Emilly Dias, Larissa Yasmin e Mikael Fontoura

Sinopse

Conheça a famosa física brasileira que luta pela representatividade da mulher na ciência!


Atualmente eleita para a Academia Mundial de Ciências, reconhecida pela ONU Mulheres como um das cientistas que mais impactaram o mundo com seu conhecimento, Professora de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e distinguida como uma das vinte mulheres brasileiras mais poderosas e influentes pela Forbes após ganhar mais reconhecimento no cenário acadêmico mundial com sua pesquisa sobre as “Anomalias da Água”.



“O que me inspira a ser cientista é o desafio de entender um problema e então consertá-lo” (BARBOSA, MÁRCIA).

A cientista reúne diversos prêmios por suas conquistas acadêmicas e também por seu posicionamento na luta em defesa do espaço da mulher na ciência. Dentre os prêmios, estão a Medalha Nicholson (2009), o Prêmio L’Oréal-Unesco-ABC para Mulheres na Ciência (2013) e o Prêmio Cláudia (2013). 

Aliando com todas as premiações da cientista, Márcia integra a Academia Mundial de Ciências, a Sociedade Americana de Física e a Sociedade Brasileira de Física. Além disso, é membro do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, e também faz parte da União Internacional de Física Pura e Aplicada

A professora ressalta que tem muita inspiração por Madame Curie e coloca em prática seu conceito dos “Três T "s” – Talento, Trabalho e Tesão -, mostrando que a mulher não apenas pode fazer ciência, mas também pode fazer história.


BIOGRAFIA


Nascida em 1960, carioca, Márcia Cristina Bernardes Barbosa veio para o Rio Grande do Sul ainda pequena. Seu pai, eletricista militar, despertava seu interesse com demonstrações do seu trabalho, o que lhe fizera seguir já no colégio para a área de exatas. De acordo com a citação da autora: “[...] Nós tínhamos uma origem humilde, mas tive a sorte de estudar em boas escolas públicas. Sempre fui incentivada a focar nos estudos, pois era a melhor maneira para mudar de vida. [...]”.

Em Canoas/RS, no Colégio Estadual Marechal Rondon, foi um dos locais onde a aluna aprendeu algumas noções de Física. O professor da matéria, Milton Zaro, trazia problemas para ela resolver, desde a elaboração de um forno elétrico até um dispositivo de efeito fotoelétrico.

A atual cientista iniciou a graduação em 1978, no curso de física na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), concluindo o curso em 1981. No mesmo ano, iniciou seu  mestrado, também na UFRGS, no qual estudou o modelo de Potts, concluindo 3 anos depois, em 1974, ano que iniciou o doutorado na mesma instituição, continuando seu estudo acerca do modelo de Potts, obtendo o grau de doutora em Ciências em 1988. 

Márcia possui três pós-graduações, sendo uma na UFRGS, na Universidade de Maryland e na Universidade de Boston (EUA). É professora na UFRGS desde 1991, passando à categoria de titular em 2012. 

Desde 1998, Márcia se dedica à questão de gênero na física, sendo grande incentivadora de maior participação das mulheres na ciência. Por essa atividade, ela foi reconhecida com a Medalha Nicholson, ofertada pela American Physical Society.


[...] Entrei na sala de aula e eram 80 alunos. Destes, apenas eu e mais três mulheres. ‘O que estou fazendo aqui?’, foi a primeira coisa que pensei. [...]

[...] Eu sentia na pele que precisava fazer o dobro ou triplo para ser notada e conseguir estar onde meus colegas tinham chegado. Tinha que me provar capaz a todo o momento. Era uma luta diária para mostrar minha inteligência. [...]


Márcia afirma a surpresa de seus pais ao escolher seu curso na faculdade, pois aguardavam a entrada dela em cursos como Medicina ou Engenharia. Além disso, conta um pouco sobre seu primeiro dia, e como, principalmente naquela época, a chegada de mulheres em ambientes acadêmicos soava como uma exceção. A regra era tê-las em casa, cuidando dos filhos e das lidas domésticas, enquanto os homens tinham a obrigação de trabalhar e fornecer o sustento à família. Por isso, Márcia explica na citação acima que a dificuldade para ela foi ainda maior.


CONTRIBUIÇÕES


Hodiernamente, Márcia Cristina trabalha como professora e pesquisadora na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 

 Partilha conhecimentos na área de Física, com ênfase em Física da Matéria Condensada, estudando e pesquisando principalmente a água e o uso de suas anomalias para processos físicos e biológicos. Pelo estudo das anomalias da água ganhou o prêmio Loreal-Unesco de Mulheres nas Ciências Físicas e o prêmio Claudia em Ciência, ambos em 2013. Em paralelo, atua em questões de gênero pelo que ganhou a Medalha Nicholson da American Physical Society em 2009. Por sua atuação, pela pós-graduação ganhou o Prêmio Anísio Teixeira da Capes em 2016 e por seu trabalho em prol da ciência recebeu, em 2018, da presidência da república a Medalha do Mérito Científico como Comendadora e, em 2021, a Medalha Silvio Torres da Fapergs. 

Em uma entrevista concedida pela entrevistadora Roseli de Oliveira Machado da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná, começa uma conversa com a cientista com o tema: Mulheres na ciência: uma entrevista com a física Marcia Cristina Bernardes Barbosa. A pergunta feita a Márcia Cristina retrata sua contribuição e inspiração em um novo modo de fazer ciência, ou até mesmo construindo “uma ciência de mulheres”, com o objetivo de construir uma vertente que homens talvez não consigam entender. Márcia responde a pergunta da entrevistadora com a seguinte afirmação:


[...] Significa que o pesquisador, ao aceitar um estudante de iniciação científica, olha o histórico escolar e se tiver um monte de “A”, é justamente esse ou essa estudante que ganhará. Eu nunca olho histórico, eu converso. Se aquela pessoa me parece que está a fim de trabalhar, muito a fim de trabalhar, é ela que quero. [...]

[...] Em física vai ter pouca mulher, vai ter pouco negro e negra, pouca gente de escola pública, mesmo com as cotas. Vou prestigiar esse perfil que vem, porque sei que todos os outros pesquisadores vão procurar estudantes “A”, enquanto eu não quero que ninguém seja meu clone; quero cada um sendo o que é. Olho e digo: Ajudo a ir aonde queres, mas é o teu caminho, não meu. 

Eu não fico desapontada se as pessoas, ao longo da carreira, fazem opções distintas das que eu fiz; é o caminho delas e eu estou aqui ajudando a trilharem os caminhos próprios. Às vezes o caminho dela não é ser pesquisadora, mas vai ser ótima naquilo que for e vou ajudar.


Por isso, e entre outros motivos, a física Márcia tem grande prestígio e valioso conhecimento para fazer história em estudos futuros da ciência e maiores reconhecimentos nacionais e internacionais de prêmios e conquistas, motivando estudantes, mulheres e indivíduos que buscam carreira em qualquer área disponível nas faculdades a fazerem parte da história do Brasil e do mundo.

Podemos concluir que após sua descoberta de existências de anomalias na água, na área da mecânica estatística, seu trabalho fez com que representasse mulheres no ramo da ciência, ganhando destaque internacional, e inspirando diversos símbolos femininos para uma maior evolução na Física. 

Portanto, é notório que Márcia foi e ainda é essencial para a história da ciência, da física e principalmente por fazer parte da cronologia das mulheres, uma vez que o símbolo feminino está muito sub-representado nos níveis de liderança, tanto no setor privado quando no governo, e a cientista afirma que por qualquer, mulheres e outras representatividades tem o direito de viver disso (ciência) e ter uma carreira com a mesmas oportunidades que os homens em qualquer área de atuação.

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